sábado, 30 de outubro de 2010




DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS INFANTIS GRATUITOS


O Itaú está distribuindo gratuitamente 8 milhões de livros.


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quarta-feira, 27 de outubro de 2010


Construindo o Saber


O ato de ler pertence aos elementos essenciais do universo. Segundo Paulo Freire, todos somos leitores e só a partir dessa certeza é que tudo o mais no mundo cria-se e recria-se. Através da leitura, o homem forma conceitos e questiona sentidos, generaliza palavras e particulariza idéias, comunica verdades e desconstrói hipóteses.

Sem a leitura, nada no universo da linguagem é possível, e “tudo” só é possível pelo viés do universo da linguagem.

Quando um professor conta histórias em sala de aula, ele consegue levar ao seu aluno. Um dos elementos mais necessárias ao desenvolvimento do ser humano: a ação de criar, recriar, imaginar, ir além do real e conseguir ser mais sensível, mais feliz. Na verdade, todo professor deve ser um leitor, pois só assim poderá auxiliar na formação de leitores.

A seguir, sugerimos, através do texto de Linda Campbel “alguns tópicos” que servirão à reflexão sobre o assunto ora abordado.

Os professores como contadores de histórias

Quando os recursos não estão prontamente disponíveis, ou quando um professor deseja explorar o conteúdo do ensino de várias maneiras, contar histórias oferece uma opção que encanta tanto ouvintes jovens quanto adultos. Qualquer assunto ou tema adquire vida quando é narrado como uma história. Além disso, pessoas de todas as idades acham mais fácil reter uma informação quando ela é codificada em uma história. Mesmo que muitos entre nós aleguem não ser contadores de histórias, todos realmente o somos! Cada um de nós tem histórias de sua vida que gosta de compartilhar, muitos gostam de contar piadas, narrar sonhos ou até fazer “fofoca” sobre os outros - uma prática que pode ser a base para futuros contos populares ou lendas.

Histórias Temáticas

De onde podemos extrair histórias para a sala de aula? De nos-sas próprias experiências de vida. A lembrança de suas próprias reações quando criança ao se deparar com as disciplinas escolares pode proporcionar ao professor histórias da vida real para compartilhar com os alunos que estão aprendendo um conteúdo semelhante. Reelaborar um conteúdo temático como uma história é outra opção que é mais fácil do que de início pode parecer. Um enredo pode ser rapidamente criado identificando-se os personagens principais e algum desafio com os quais eles se confrontam. Os professores podem refletir sobre o conteúdo que planejam ensinar e considerar quais personagens e enredo aparecem como possibilidades para a narração de histórias. Além disso, os alunos estão quase sempre ansiosos para criar e contar histórias que incorporem o conteúdo escolar.

As Dimensões Culturais da Narração de Histórias

Contar histórias é também uma maneira poderosa de proporcionar aos alunos um insight sobre a história e sobre culturas diferentes. Os alunos podem interessar-se por saber que a narração de histórias é mais antiga do que a história escrita. Antes da leitura e da escrita serem comuns, as narrativas transmitiam a história oral de uma cultura - incluindo as esperanças, os medos, os valores e as realizações de seu povo.

Por exemplo, durante a época da escravidão nos Estados Unidos, as histórias assumiram também um outro propósito. Como os escravos não tinham permissão para se reunir em grupos com mais de cinco pessoas, nem falar ou escrever em seus idiomas africanos nativos, nem escrever em inglês, eles inventaram histórias de animais para criar um sentido de comunidade que lhes era negado. O animal que escolheram para muitas de suas histórias foi o coelho - um ser tão impotente quanto os escravos, mas que também sabia de tudo o que acontecia a seu redor, embora por necessidade per-manecesse silencioso. O coelho chamava-se Coelho Brer. Escutando as histórias do Coelho Brer, os alunos podem desenvolver empatia com os escravos que o criaram como personagem central do seu folclore.

Recursos Multiculturais da Narração de Histórias

Há muitos recursos disponíveis para o professor que deseja apresentar os alunos a outras culturas, em parte contando histórias. Quando são contadas histórias multiculturais, os professores podem pedir aos alunos que escutem e reúnam informações sobre várias culturas. Depois de escutar uma história, os professores e os alunos podem discutir a estrutura e a sua mensagem, além de suas implicações culturais. As sugestões propostas incluem:

Qual é o local da história?

Que valores a história transmite?

Como a linguagem é usada na história?

A história reforça alguns estereótipos?

A história diminui alguns estereótipos sobre essa cultura?

Os bibliotecários da escola e do município geralmente conhecem muitos recursos para a narração de histórias e estão prontos para identificar histórias para acompanhar qualquer estudo cultural.

Os alunos como contadores de histórias

Alguns alunos irão alegremente apresentar-se como voluntários para contar histórias para os colegas. Outros acharão a idéia assustadora. Escutar histórias envolve várias habilidades de escuta, enquanto contar histórias requer habilidades lingüísticas. Contar histórias, uma forma divertida e importante de comunicação lingüística, ensina aos alunos o ritmo, o tom e as nuances da linguagem. Os educadores interessados em estimular a narração de histórias em suas salas de aula podem considerar as seguintes diretrizes:

Diretrizes para a Narração de Histórias:

1. Exemplifique você mesmo a narração da história.

2. Identifique contadores de histórias locais para visitar sua classe. Você pode descobrir se há uma associação de contadores de histórias perto de você ou talvez, como na Filadélfia, um contador de histórias oficial da cidade.

3. Ajude os alunos a encontrarem histórias - a partir do conteúdo das aulas, de sonhos, acontecimentos familiares ou escolares, histórias que eles já conhecem, antologias ou entrevistas com pessoas mais velhas

4. Ensine aos alunos algumas habilidades da narração de histórias, tais como:

. começar com uma abertura interessante;

. não aumentar muito o número de personagens;

. certificar-se de que a história contém imagens que os ouvintes podem “ver” ou imaginar;

. estimular o uso de comparações e metáforas;

. animar os pontos-chave da história com efeitos sonoros, voz, gestos e movimentos corporais;

. manter a voz clara, expressiva e compassada;

. fazer contato visual com os ouvintes;

. considerar se deve ou não haver participação dos ouvintes.

5. Praticar a narração de histórias com toda a classe. O professor pode selecionar uma história e lê-la parte por parte, para a classe, pedindo aos alunos que façam sugestões pra torná-la mais viva e interessante. A classe pode ser dividida em grupos, e pode ser designada a cada grupo uma parte da história para ser aprendida e depois contada em seqüência.

6. Para contadores de histórias iniciantes, pode-se aliviar a ansiedade fazendo os alunos contarem suas histórias para pequenos grupos de quatro ou cinco colegas, em vez de contá-la para a classe toda. Os alunos que se oferecem como voluntários podem contar suas histórias para grupos maiores. Contar histórias para crianças menores, em geral, também alivia a tensão desnecessária..

CAMPBELL, Linda
Ensino e Aprendizagem por meios das Inteligências Múltiplas / Linda Campbell, Bruce Campbell e Dee Dickinson; 2. ed. trad. Magda França Lopes - Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=200

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL – 1ª A 4ªSÉRIES


Renata T. da S. Ferreira
O presente artigo versa a importância da Psicopedagogia no ensino fundamental: 1ª a 4ª séries, para a formação do Professor/Educador/Mediador frente aos desafios surgidos pelo “ser que aprende”, evitando ou debelando o fracasso escolar em uma visão do sujeito como um todo, objetivando facilitar o processo de aprendizagem; bem como sua intervenção psicopedagógica família/escola

Palavras-chave

Psicopedagogia; Fracasso Escolar; Processo Ensino Aprendizagem; Intervenção Psicopedagógica.





Introdução



A Psicopedagogia tem por definição o trabalho com a aprendizagem, com o conhecimento, sua aquisição, desenvolvimento e distorções. Realiza este trabalho através de processos e estratégias que levam em conta a individualidade do aprendente. É uma praxe, portanto comprometida com a melhoria doas condições de aprendizagem.

A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem humana e assim estar resolvendo as dificuldades de aprendizagem. Há alguns anos atrás, a falta de clareza a respeito dos problemas de aprendizagem, fazia com que os alunos com dificuldades fossem encaminhados para profissionais de diversas áreas de atuação, sem uma resolução eficiente dos problemas.

Em primeiro momento, no período de Medicalização dos problemas de aprendizagem, estas crianças eram encaminhadas ao médico: pediatra e depois ao neurologista. Em segundo momento, denominado Psicologização dos problemas de aprendizagem, onde eram encaminhadas ao psicólogo, submetendo a criança a uma bateria de testes. Frente a estas situações, não se chegava a uma explicação clara sobre as dificuldades da criança, foi-se criando a consciência da necessidade de formação de um único profissional apto a integrar conhecimentos e para atuar de maneira objetiva e eficaz, não só na resolução dos problemas escolares, mas também que atuasse na prevenção dos mesmos, facilitando o vínculo do aluno com o processo de aprendizagem e o resgate do prazer de aprender, melhorando assim, o desempenho escolar do aluno.

Assim nasceu a Psicopedagogia, cujo termo apresenta-se hoje com uma característica especial. Devido a complexidade dos problemas de aprendizagem, a Psicopedagogia se apresenta com um caráter multidisciplinar, que busca conhecimento em diversas outra áreas de conhecimento, além da psicologia e da pedagogia. É necessário ter noções de lingüística, para explicar como se dá o desenvolvimento da linguagem humana e sobre os processos de aquisição da linguagem oral e escrita. Também de conhecimentos sobre o desenvolvimento neurológico, sobre suas disfunções que acabam dificultando a aprendizagem; de conhecimentos filosóficos e sociológicos, que nos oferece o entendimento sobre a visão do homem, seus relacionamentos a cada momento histórico e sua correspondente concepção de aprendizagem.

Desta forma, a Psicopedagogia se torna um campo com conhecimentos amplos, onde se tem objeto central de estudo o processo de aprendizagem humana, seus padrões evolutivos normais e patológicos, bem como a influência do meio (família, escola, sociedade). As dificuldades escolares não podem ser explicadas apenas de um fator, esteja ele na criança, no meio familiar ou escolar e sem deve ser explicada pela interação de vários fatores. Observando seu objeto de estudo, podemos perceber a sua extensão e o quanto o psicopedagogo em formação tem que investir em seu conhecimento para a formação de sua identidade.





Papel do Psicopedagogo



O amplo conjunto de tarefas e funções realizadas pelos profissionais que prestam assessoramento psicopedagógico às escolas, apesar de sua diversidade, pode ser organizado em torno de quatro eixos (Coll, 1989b). O primeiro relativo à natureza dos objetivos da intervenção, cujos pólos caracterizam respectivamente as tarefas que se centram, prioritariamente no sujeito e aquelas que têm como finalidade incidir no contexto educacional. Assim, as tarefas incluídas são tanto as que têm como objetivo prioritário o atendimento a um aluno, quanto as que aprecem vinculadas a aspectos curriculares e organizacionais.

O segundo eixo afeta as modalidades de intervenção, que podem ser consideradas como corretivas, ou preventivas e enriquecedoras. Qualquer intervenção realizada na escola pode ser caracterizada, em um determinado momento, embora, em um momento posterior, sua consideração se modifique.

Outro eixo também diferencia modelos de intervenção, embora tenha como objetivo final o aluno, pode ter diferenças consideráveis: enquanto alguns psicopedagogos trabalham diretamente com o aluno, orientam-no e, inclusive, manejam tratamentos educacionais individualizados, outros combinam momentos de intervenção direta com intervenções indiretas, ( por exemplo, no caso de uma avaliação psicopedagógica), centradas nos agentes educacionais que interagem com ele (no próprio processo de avaliação psicopedagógica, na tomada de decisões sobre o plano de trabalho mais adequado para esse aluno). São freqüentes as consultas formuladas por um professor ao psicopedagogo em relação a um aluno que não vai manter nenhum contato direto com esse profissional.

O último eixo, Coll (1989) indica o lugar preferencial de intervenção, que entendemos como a diversidade de níveis e contextos, inclusive quando circunscrita ao marco educacional escolar. Este eixo inclui tanto as tarefas localizadas no nível de sala de aula, em algum subsistema dentro da escola, na instituição em seu conjunto, ano, série, assim como aquelas que se dirigem ao sistema familiar, à zona de influência, etc.

O fato que se deve considerar é que as tarefas que aparecem englobadas nos eixos precedentes são objeto da intervenção psicopedagógica, não significa que todos os psicopedagogos as executem em seu conjunto e, obviamente, não significa que as realizem da mesma forma.

O desempenho profissional de um psicopedagogo ou de uma equipe é influenciado também pela tradição e pela formação recebida. Com relação à tradição, aquilo que se fez sempre, aquilo que responde à percepção social sobre o papel profissional, possui uma influência direta inegável nas próprias crenças do psicopedagogo, em sua autopercepção profissional e, conseqüentemente, no que faz; indiretamente, influi também por meio das expectativas geradas por sua tarefa e pelas demandas que lhe são formuladas.

Quanto à formação, a intervenção psicopedagógica foi assumida, fundamentalmente, por pedagogos, e psicólogos, e, mais recentemente por psicopedagogos. Estes profissionais foram formados em tradições disciplinares diferentes ( psicologia escolar, psicologia clínica, psicologia social, pedagogia, terapêutica, organização escolar, orientação profissional, etc) e em diferentes escolas de pensamento psicológico que, com freqüência, fazem alusão a modelos de funcionamento do psiquismo humano abertamente discrepantes.

No Código de Ética e Estatuto da Associação Brasileira de Psicopedagogia reza no seu artigo 6º os deveres fundamentais do psicopedagogos:

a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem o fenômeno da aprendizagem humana;

b) zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões do mundo;

c) assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado dentro dos limites da competência psicopedagógica;

d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;

e) difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de classe sempre que possível;

f) responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma definição clara do seu diagnóstico;

g) preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;

h) responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;

i) manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia.

j) O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para harmonia da classe e manutenção do conceito público.





Teorias que embasam a Formação Psicopedagógica



As teorias que embasam a formação psicopedagógica, ou seja a própria identidade profissional como psicopedagogo, derivam de alguns elementos básicos e de outras áreas de conhecimento como:

1º- Ter uma formação acadêmica de nível superior voltada para a área humana, direcionado para a educação;

2º- Ter um objeto de atuação: a escola e a criança em processo de aprendizagem;

3º- Conhecer este objeto de atuação de uma forma ampla,através das teorias de desenvolvimento e de aprendizagem e suas dificuldades;

4º - Ter conhecimento sobre avaliação e recursos de atuação psicopedagógica, que possibilite ao profissional que trabalha na área, melhorar o desempenho acadêmico do aluno, como também, prevenir e remediar o fracasso escolar.





Campo de atuação do Psicopedagogo



Por se tratar de uma atividade relacionada as dificuldades escolares, a primeira vista, pensam que o psicopedagogo deva trabalhar na escola, lugar onde são produzidos a maioria dos problemas escolares, mas são vários os campos de atuação psicopedagógica; como clínica, escola, instituição de saúde ou mesmo em empresas.

A atuação do psicopedagogo não se refere apenas ao espaço físico onde ele

vai atuar, mas também ao modo dele pensar a Psicopedagogia e ao conhecimento que ele tem da área, ou seja da sua atitude psicopedagógica.

A Psicopedagogia Educacional tem como objetivo, fazer com que os professores, diretores e coordenadores educacionais repensem o papel da escola frente as dificuldades de aprendizagem da criança. Por outro lado, mesmo que a escola passe a se preocupar com os problemas de aprendizagem, nunca conseguiria abarcá-los na sua totalidade, algumas crianças com problemas escolares apresentam um padrão de comportamento mais comprometido e necessitam de um atendimento psicopedagógico mais especializado em clínicas. Sendo assim, surge a necessidade de diferentes modalidades de atuação psicopedagógica; uma mais preventiva com o objetivo de estar atenuando ou evitando os problemas de aprendizagem dentro da escola e outra a clínico-terapêutica, onde seria encaminhadas apenas as crianças com maiores comprometimentos, que não pudessem ser resolvidos na escola.

Esta pesquisa está voltada para a Psicopedagogia Preventiva ou Escolar,

oferece conhecimentos para o profissional estar atuando dentro da instituição escolar na prevenção ou atenuação dos problemas de aprendizagem, fazendo com que menos crianças sejam encaminhadas para as clínicas, além de uma melhoria no rendimento escolar em geral. Esta demanda já aparece na nova Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, quando faz alterações substanciais na forma de entender o ensino no Brasil, tornando-se mais acentuada através das Diretrizes Curriculares Nacionais de 1999, que sugere que para melhorar o ensino há a necessidade de capacitar o professor e todos os que estão inseridos no sistema educacional.

No caso dos problemas já instalados é tarefa do psicopedagogo escolar tentar resolvê-los dentro da escola antes de encaminhamento para a clínica. O encaminhamento para a clínica deve sempre ser feito com muito critério, sempre levando em conta as necessidades específicas daquela criança. Para um encaminhamento adequado é necessário que o profissional conheça muito bem não só a criança como também a instituição que ela freqüenta.

A Psicopedagogia Escolar deve trabalhar para que a escola acompanhe o

desenvolvimento da humanidade e se constitua num verdadeiro espaço de construção do conhecimento, auxiliando para que todos que participam da escola entendam “como” e “por que” transformá-la num lugar de construção de conhecimento.

Para que um psicopedagogo possa realizar um bom trabalho é necessário que ele conquiste um espaço dentro da escola, o que nem sempre é fácil, pois a maioria das escolas acham que um orientador educacional já é suficiente para resolver todos os problemas.

Uma forma de conquistar este espaço psicopedagógico dentro da escola está na forma de como este profissional apresenta seu trabalho. Este profissional tem que demonstrar amplos conhecimentos não só da criança que aprende como também dos processos didáticos metodológicos e da dinâmica institucional. Para uma atuação institucional, deve ser considerado como ambiente educacional a escola como um todo, desde a criança que aprende, o professor que ensina, o diretor que organiza, até a merendeira que é responsável pela alimentação. Além disso, deve ser considerado a família responsável pela criança e outros membros da comunidade que decidem sobre as necessidades e prioridades da escola.

Segundo Bossa (2000), o psicopedagogo pode colaborar na elaboração do projeto pedagógico, ou seja, através de seus conhecimentos ajudar a escola a responder questões fundamentais como: O que ensinar? Como ensinar? Para que ensinar? Pode realizar o diagnóstico institucional para detectar problemas pedagógicos que estejam prejudicando a qualidade do processo ensino-aprendizagem; pode ajudar o professor a perceber quando a sua maneira de ensinar não é apropriada à forma do aluno aprender; pode orientar professores no acompanhamento do aluno com dificuldades de aprendizagem; pode ainda, realizar encaminhamentos para fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas, psiquiatrias infantis, entre outros.

Além disso, a relação professor-aluno é um fato importante que deve ser constantemente avaliado pelo psicopedagogo. Muitas vezes, esta relação pode estar ocorrendo de modo negativo pelo fato do professor desconhecer o aluno, estar muito distante de suas necessidades, ou não por não saber identificar a fase de desenvolvimento cognitivo/afetivo do aluno, ou mesmo, por não saber o que está se passando no ambiente familiar da criança.

O psicopedagogo escolar deve participar da reunião de pais, com o objetivo de estar esclarecendo o que se está passando com a criança na escola, podendo assim ensinar aos pais a reconhecerem as verdadeiras necessidades de seus filhos até ensinarem os pais a estimular seus filhos para aprendizagens escolares em casa. Quando necessário o psicopedagogo pode marcar hora para outros encontros com alguns pais, para melhor orientar ou mesmo conhecer melhor o ambiente familiar da criança que está com problemas.

Faz parte do trabalho psicopedagógico educacional participar da avaliação dos processos didáticos metodológicos, onde poderá oferecer conhecimentos sobre métodos a ser aplicados para determinada classe ou para ajudar o professor na implantação de uma nova sistemática de ensino, oferecendo desta forma um suporte instrumental aos professores.

É função deste profissional também oferecer um suporte emocional para professores que estão inseguros quanto a sua capacidade para aplicação de um método novo ou que estão com alunos com problemas de aprendizagem. Na medida em que o psicopedagogo ouve as dificuldades dos professores, esclarece sobre suas dúvidas, este se sentirá mais tranqüilo, ganhará mais confiança e proporcionará melhores condições para a aprendizagem.

O suporte instrumental oferecidos aos professores pode se dar também oferecendo ao professor sugestões de atividades para a sala de aula; outras vezes sua atuação será individual ou em grupo com os alunos.

Quando a atuação do psicopedagogo for trabalhar em pequenos grupos, poderá ter os seguintes objetivos: a) socialização e auto-confiança; b) orientação de estudos; c) apropriação dos conteúdos escolares; d) desenvolvimento do raciocínio e e) possibilitar o trabalho com alunos de diferentes níveis no desempenho acadêmico numa mesma classe.

Certamente cada instituição tem suas necessidades e o psicopedagogo deverá identificá-las para que efetivamente cumpra seu papel.

A atuação Clínico-Terapêutica, é praticada fora das paredes escolares, em locais especiais de atendimento, o consultório psicopedagógico; geralmente são atendidas crianças encaminhadas por outros profissionais como médicos e psicólogos clínicos infantis. Este trabalho apresenta uma etapa inicial onde se faz uma avaliação sobre os aspectos afetivos, cognitivos e pedagógicos da criança, paralelo com entrevistas de anamnese com os pais, elabora-se um estudo de caso e realiza-se sessões. Num segundo momento a criança passa por um período de intervenção psicopedagógica paralelo com sessões de orientação aos pais. Também a prática psicopedagógica clínica é freqüentemente desenvolvida em instituição de saúde, que mantém atendimento psicopedagógico à criança proveniente da comunidade e que não teriam condições financeiras para receber este tipo de assistência em clínicas particulares.





A importância da análise do funcionamento escolar



Embora muitos psicopedagogos tenham o curso de pedagogia, ou sejam professores, existem também uma grande porcentagem de profissionais que procuram a psicopedagogia para melhorar sua atuação profissional, como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros que atuam direta ou indiretamente, na instituição escolar.

Portanto, quem quer que se proponha a trabalhar em uma escola precisa informar-se sobre os objetivos da mesma, para que possa atuar com eficácia. Essa necessidade é particularmente relevante para o profissional que irá desempenhar na escola a função de articulador entre o ensino e a aprendizagem de todos os elementos dessa instituição, provocando mudanças e ajudando no processo evolutivo individual e coletivo.

A escola tem uma organização formal e uma organização informal. O conhecimento e a observação da organização formal possibilita ao psicopedagogo a análise da organização informal, pois nessa estão envolvidos os relacionamentos “não visíveis”de uma escola. A organização formal é constituída de elementos sujeitos à influência da administração e intencionalmente organizada de forma a conduzir à consecução dos objetivos escolares, podendo ser dividida em quatro grandes áreas: Programação, Recursos materiais, Pessoal Escolar e Corpo Discente.

A Programação de uma escola consiste na previsão das atividades a serem realizadas e das inter-relações a serem mantidas para que os objetivos possam ser alcançados. Portanto, a programação é função dos objetivos. Fazem parte da programação o mecanismo administrativo, o plano didático e os planos de trabalho.

É importante que o psicopedagogo faça uma análise sobre a programação da escola para poder subsidiar sua atuação. O mecanismo administrativo de uma escola é representado pelo seu organograma, desta forma, o psicopedagogo poderá iniciar seu diagnóstico escolar pela análise do mesmo, ou seja, estudando as suas relações e fazendo suas conexões com as outras áreas da programação. Em outras palavras, fazendo uma análise se cada profissional da escola está desempenhando adequadamente a sua função e o que poderia ser melhorado.

Quanto ao plano didático, ou seja, o currículo e o programa organizado de acordo com uma seriação que acompanha o desenvolvimento dos alunos em seus vários aspectos ( físico, intelectual, social, etc. ), algumas escolas apresentam um excelente currículo e ótimos programas, mas pecam na divulgação do conteúdo, ou seja, como ensinar. Desta forma, a análise do psicopedagogo deve estar voltada para recursos que possam amenizar as inseguranças dos professores na transmissão do conhecimento, como também para oferecer a esses, técnicas e estratégias mais adequadas à aprendizagem.

Os planos de trabalho representam a implantação do plano didático e os resultados do planejamento escolar, tendo em vista as possibilidades do mecanismo administrativo e as metas estabelecidas. Cabe ao psicólogo observar se os planos de trabalhos estão adequados à faixa etária dos alunos e se atendem às suas exigências cognitivas, podendo sugerir técnicas e estratégias adequadas e mais modernas.

Os Recursos Materiais, compreendem a expressão física da programação como: prédio escolar, instalações, mobiliários, equipamentos didáticos, materiais permanentes e de consumo, verbas entre outros. Os recursos materiais são função da programação. Com uma análise sobre os recursos materiais, o psicopedagogo poderá avaliar o potencial e as possibilidades de sua atuação, frente às necessidades da escola, como também poderá utilizar toda sua criatividade para ampliar esses recursos, no caso de escolas com recursos insuficientes.

O Pessoal Escolar pode ser classificado em: administração (diretor e auxiliar de direção); corpo docente (professores); pessoal técnico (orientador pedagógico, orientador educacional, psicólogo, psicopedagogo, bibliotecário, etc); pessoal auxiliar (secretário, escriturário, inspetores de aluno, serventes). O pessoal escolar deve fazer parte de uma equipe para planejamentos e execução de projetos, visando a melhoria da escola.

O Corpo Discente, ou seja, o aluno deve ser considerado como um ser concreto que sintetizam, em si, inúmeras relações sociais e, sendo assim, deve ser compreendido na medida em que se toma como referência a situação real em que vive. Dentro de uma escola, o corpo discente deve ser avaliado e classificado de acordo com o seu progresso, em séries didáticas, sendo que dentro de cada série, os alunos são agrupados em classes ou turmas. Cabe ao psicopedagogo acompanhar a avaliação, o progresso alcançado e a adaptação do aluno na série ou turma que se encontra.

Desta forma, pode se concluir que a atuação do psicopedagogo dentro da instituição escolar inicia-se por uma análise sobre vários aspectos da organização escolar. Além de ser primordial um trabalho em equipe, junto com professores, alunos e pessoal administrativo, procurando dentro deste contexto melhorar o relacionamento entre si e entre grupos, tendo como meta à melhoria das condições de aprendizagem individual e grupal.

Há muitas funções dentro de uma escola, onde se fundem, nem sempre havendo uma distinção nítida entre elas, principalmente entre o diretor, coordenador pedagógico, orientador educacional, psicopedagogo, psicólogo educacional e professores. Desta forma aparece a necessidade de articulação entre estes profissionais para a configuração de um trabalho que atenda a necessidade de todos. Para que ocorra essa articulação, é necessário que sejam bem esclarecidas as características de cada função dentro da instituição escolar. O psicopedagogo tem a necessidade de conhecer, pelo menos teoricamente, o que seria a função de cada profissional dentro da escola, para poder planejar seu trabalho.

Em síntese, uma escola é funcional quando conta com forte aliança entre a comunidade, o corpo docente e administrativo, os quais trabalham os seus conflitos através da colaboração e diálogo. Esses elementos são flexíveis em sua maneira de lidar com os conflitos, utilizando-se do conhecimento de várias técnicas e métodos adequados. As decisões são tomadas em conjunto e a participação dos alunos é solicitada, mas sem ser igualitária. Cada membro do sistema escolar tem seu papel e função determinada. O psicopedagogo observa e diagnostica o sistema escolar e então cria condições favoráveis para a resolução dos problemas que surgem, fazendo com que o ensinar e o aprender se tornem comprometidos. Sendo assim, a atuação do psicopedagogo dentro da escola exige algumas características básicas.





Intervenção Psicopedagógica na escola



Depois de um bom conhecimento sobre o funcionamento de escola onde vai atuar, o psicopedagogo necessita refletir sobre algumas características básicas e tarefas psicopedagógicas que podem ser realizadas no contexto escolar. Estas sempre devem ser realizadas com apoio em aspectos teóricos/práticos e adaptadas as condições da escola onde o trabalho vai ser desenvolvido.

Para a realização deste trabalho será necessário considerar que:

1- A intervenção psicopedagógica na escola deve ser considerada como um recurso do sistema educacional, portanto, de todos os alunos e professores e não somente daqueles que possuem determinadas características.

2- É uma intervenção que requer uma definição coerente com àquilo que a própria tarefa representa como recurso para a escola e precisa de análise e reflexão constantes, como meio para atingir objetivos.

3- É uma intervenção que, apesar de considerar aquilo que não funciona adequadamente, investiga as características positivas da situação em que se encontram alunos e professores, para a partir delas, poder modificar o que aparece como inadequado.

4- Trata-se de uma intervenção mais global, não necessariamente centrada no indivíduo; este é levado em consideração, mas ao mesmo tempo em que são considerados os demais elementos do sistema com os quais interage.

5- É uma intervenção que não se esgota com a demanda concreta,mas que fica ligada ao contexto específico (sala de aula, instituição) e ao contexto mais amplo (família-comunidade) e que se apóia na rede de serviços e recursos que a comunidade dispõe.

6- A maior parte das tarefas psicopedagógicas deve ser realizadas em equipe (diretor, orientador pedagógico, professores e outros). O trabalho em equipe nem sempre é fácil, mas as decisões devem ser tomadas em conjunto, para que todos assumam responsabilidades. Um trabalho em equipe também impulsiona a cooperação entre os profissionais. Desta forma, o psicopedagogo pode estimular junto ao coordenador pedagógico a formação de equipes de professores, ou comissão de orientação pedagógica, onde se torne possível um projeto comum de construir uma escola democrática para a redução dos problemas de ensino aprendizagem.

Como parte da equipe o psicopedagogo pode participar das seguintes tarefas:

a) colaborar junto com os professores no estabelecimento dos planos de ação de regência mediante análise e a avaliação de modelos, técnicas e instrumentos para o exercício da mesma, assim como de outros elementos de apoio para a realização de atividades docentes de reforço,recuperação e adaptação escolar;

b) assessorar o corpo docente na definição de procedimentos e instrumentos de avaliação, tanto das aprendizagens realizadas pelos alunos como dos próprios processos de ensino;

c) assessorar o corpo docente para o tratamento flexível e diferenciado da diversidade de aptidões, interesse e motivação dos alunos, colaborando na adoção das medidas educacionais oportunas. Como também, trabalhar as concepções dos professores sobre os processos de ensino aprendizagem, assinalando a multidimensionalidade dos problemas de aprendizagem, a importância de se considerar fatores orgânicos, cognitivos,afetivos/sociais e pedagógicos para análise e a necessidade de se trabalhar com a diversidade, ou seja, respeitando as características de cada aluno;

d) colaborar com professores e orientador na orientação educacional e profissional dos alunos, favorecendo neles a capacidade de tomar decisões e promovendo a maturidade profissional;

e) colaborar para a prevenção e para a rápida detecção de dificuldades e ou problemas de desenvolvimento pessoal e de aprendizagem que os alunos possam apresentar,realizar avaliações psicopedagógicas cabíveis e participar, em função dos resultados desta, da elaboração das adaptações curriculares e da programação de atividades de recuperação e de reforço;

f) colaborar com os professores e equipe de apoio no acompanhamento dos alunos com necessidades educacionais especiais e orientar sua escolaridade no início de cada etapa educacional;

g) promover a cooperação entre a escola e a família para uma melhor educação dos alunos, participar no planejamento de reuniões com os pais, privilegiando a integração, a cooperação e a informação, como também, atender individualmente alguns pais quando for necessário;

h) atuar na modificação das expectativas e atitudes dos professores diante do insucesso escolar dos alunos, ou seja, atenuar concepções preconceituosas da escola e dos professores, sobre as dificuldades de aprendizagem da criança;

i) participar de tarefas junto com o ensino de educação especial e

j) realizar atendimentos à alunos ou à grupos de alunos com necessidades específicas, fora da sala de aula.

Algumas sugestões em que o psicopedagogo poderá fazer, atuar dentro

das escolas,como: reuniões sistemáticas com a participação de todos os profissionais existentes na escola: falar/ouvir/propor; elaboração e organização de cursos sobre determinados assuntos; oficinas com atividades práticas, para professores, pais, alunos; palestras; elaboração de cronogramas para atendimento dos pais; elaboração de cronogramas para atendimento individual e/ou grupal de alunos, quando for possível.

Para que o psicopedagogo atinja seu objetivo, realizando estas tarefas na

intervenção psicopedagógica, deverá adaptar sua intervenção de acordo com as necessidades do contexto educacional, se utilizando do seu saber e de sua criatividade.





Relação família-escola e intervenção psicopedagógica



Família e escola têm um objetivo comum: estabelecer as melhores condições para favorecer o desenvolvimento integral das crianças e dos jovens. Este objetivo requer atuações de qualidade em cada um dos sistemas, dirigidos a que as crianças possam ter acesso, progressivamente, à cultura de seu grupo social num processo que repercuta de forma favorável em seu autoconceito, na capacidade de relacionar-se construtivamente com outros e nas suas possibilidades de inserir-se paulatinamente em novas estruturas e sistemas. Mas também requer a existência do conhecimento mútuo, a formação de vínculos e o estabelecimento de acordos entre estes contextos originários como condição necessária para que o potencial de desenvolvimento de cada um deles chegue a se concretizar (Bronfenbrenner, 1987 ). Cada escola é, em si mesma, uma comunidade que estabeleceu ao longo de sua trajetória uma história de relação e afeto entre seus membros; entre a equipe de docentes, com os alunos, entre a equipe e as famílias; em cada caso estes aspectos são diferentes.

O psicopedagogo pode encontrar-se em uma instituição que tem uma boa relação entre a família e escola, bem como poderá encontrar escolas que possuem atritos, incompreensões e conflitos freqüentes, gerando clima de desconfiança e mal-estar que provoca interações tensas e pouco construtivas.

Os psicopedagogos podem contribuir, de maneira proveitosa para o estabelecimento de canais fluidos de comunicação entre a família e a escola. Quando ocorre, essas relações são conduzidas pela confiança e pelo respeito mútuos e articulam-se em torno de algumas metas ou objetivos concernentes a ambos os sistemas. São relações nas quais se buscam os aspectos positivos que possuem todos os interlocutores. Paralelamente, os pais respeitam a tarefa educacional da escola, criando-se deste modo um contexto de relação cômodo para todos.

Huguet (1996), afirma que pais e professores para que se obtenha esta boa relação entre família-escola, atribui fundamentalmente a responsabilidade na escola. O grau em que os familiares possam elaborar expectativas positivas em relação ao bem-estar e à educação de seus filhos na escola vai depender da colhida que esta oferecer não somente aos alunos mas à família em seu conjunto, assim como dos esforços destinados a manter e a cuidar dessa relação. Assim, há uma variedade de intervenções que estão vinculadas à cultura da escola em relação às famílias. Os conteúdos desta relação família-escola são: o caráter sistêmico, mutante e interativo da família; a singularidade da função educacional da família e sua complementariedade com a da escola; o benefício das relações fluidas entre o regente e os familiares e, simultaneamente, a necessidade de estabelecer limites entre ambos os sistemas, evitando as intromissões indesejadas. Outras intervenções dirigidas a levar as famílias a conhecer a escola são: palestras gerais de início de ano, comunicações escritas, personalizadas ou gerais, apresentação de projetos nos quais a escola está envolvida, informar sobre o estilo, as formas de relação que se estabelecem na escola; onde o psicopedagogo pode colaborar ajudando nestas atividades. Todas estas intervenções têm como fim prioritário melhorar a comunicação entre a família e a instituição educacional e fomentar entre elas relações positivas.







A importância da legalização do psicopedagogo como profissão



A Psicopedagogia é uma profissão que atende às necessidades do século XXI. Aprender a Aprender é a premissa deste século, é a condição para podermos viver dentro de um mundo de mudanças rápidas, resultantes do advento da transformação da tecnologia e informática, onde é necessário que a capacidade de transformação das pessoas e conseqüente possibilidade de aprendizagem seja intensamente cuidada.

Aprender a Aprender, objeto de estudo e de atuação da Psicopedagogia. A Psicopedagogia pertence à Educação e Saúde e as instituições em geral. É procurada prioritariamente por educadores que querem mostrar às crianças, jovens e adultos, a sua possibilidade de aprendizagem. A Psicopedagogia é uma realidade, um fato.

A Psicopedagogia surgiu de uma demanda específica da sociedade: o fracasso escolar, a falha na aprendizagem, o insucesso do ensino.

Podemos dizer hoje, e afirmar que a Psicopedagogia não é uma disciplina híbrida, não surgiu em laboratório, não é um produto da pedagogia e da psicologia e, com isto, não se restringe, absolutamente, a estas duas áreas. É sim, um espaço transdisciplinar, pois se constitui a partir de uma nova compreensão acerca da complexidade dos processos de aprendizagem e, dentro desta perspectiva, das suas deficiências.

É uma área portanto, que não se volta apenas aos psicólogos e pedagogos. Utiliza conhecimentos advindos da pedagogia e da psicologia, assim como de várias outras áreas de conhecimento, alcançando aquilo que denominamos de transdisciplinaridade. É uma área que requer um estudo específico, que vai além do conhecimento adquirido pelos profissionais acima mencionados.

O psicopedagogo é um profissional que também se dedica ao assessoramento da instituição escolar, visando assegurar ao profissional desta instituição as condições necessárias para uma melhor compreensão do complexo processo de ensinar e aprender. E é parte deste processo a compreensão, por parte do professor, de seu próprio o processo de aprendizagem. Neste sentido, o trabalho desenvolvido pelo psicopedagogo institucional permite a composição de determinadas medias, próprias à análise de cada instituição, as quais proporcionam melhores condições e qualidade de trabalho aos docentes.

A grande expansão dos cursos de formação e especialização em Psicopedagogia é sinal do reconhecimento deste profissional. Desde a década de 70 esta formação vem ocorrendo em caráter regular e oficial, em instituições universitárias. Esta formação foi regulamentada pelo MEC em cursos de pós-graduação e especialização, com carga horária de 360 horas.

Portanto, isso mostra que mais uma vez há importância da legalização do Psicopedagogo como profissão é fundamental, para fortalecer e dinamizar as áreas de saúde e educação em nosso país; colocar a favor do desenvolvimento de nosso país na forma de efetivos contribuidores.





Conclusão



Atualmente, a Política Educacional Brasileira está resguardada na Constituição de 1988 que garante à todas as crianças de 7 aos 14 anos o direito a educação, sendo esta obrigatória e gratuita. Em contrapartida as estatísticas nos mostra que nem todas as crianças nesta faixa etária estão freqüentando as escolas, ou aprendendo como deveriam, ou seja, não estão recebendo um nível de educação necessário as demandas futuras, sejam elas sociais ou de adaptação psicossocial.

Numa avaliação basicamente numérica, pode-se dizer que a imensa maioria das crianças em idade escolar está matriculada no ensino fundamental. Há registros de grande avanços na área educacional; em 1991, 89% dos jovens entre 7 e 14 anos estavam matriculados no ensino fundamental; em 1999 eram 95,4% e em 2000 um percentual superior a 96%; isto representa aproximadamente 5 milhões de alunos a mais na escola, ao longo deste período. Mesmo assim, especialistas no assunto apontam que esses índices estão longe de refletir um sucesso absoluto das recentes políticas públicas para o setor.

Outros fatores preocupantes são a evasão e repetência, aponta o relatório que

nosso país tem a maior expectativa de repetência das crianças ao entrar no ensino fundamental, entre os 16 países subdesenvolvidos estudados. Em 1995, uma em cada quatro crianças da 2ª série do ensino fundamental apresentavam defasagem de idade e em relação a evasão escolar, as pesquisas mostram que a expectativa de conclusão do ensino fundamental (8ª série) é de 72%. O índice de abandono da escola é de 18% ao ano, na média do país, onde nem sequer concluem a 1ª etapa da educação do ensino fundamental; seriam os analfabetos do nosso país.

De acordo com todos esses dados estatísticos, defronta-se com várias perguntas relacionadas à educação no Brasil: “Será que as mudanças no sistema poderão reverter esse quadro?” “Ou será que essas mudanças estão indo de encontro com as necessidades das nossas crianças?” .Observa-se que está ocorrendo mudanças no Sistema Educacional Brasileiro para tentar reverter esse quadro. Para isto implantou situações que reduzem os índices de repetência e corrigem a distorção idade-série, projetos com o objetivo de proporcionar avanços, investimentos públicos para a educação, dentre outras mudanças.

Sabe-se que o desenvolvimento de uma nação, dá-se através da Educação de qualidade de seu povo. É necessário portanto, investir muito mais na educação, na formação geral dos profissionais.

A LDB[1] reza no Título VI, dos Profissionais da Educação, artigos 61 usque 67, sobre a formação dos profissionais da educação, onde realmente ocorre escassez dos conhecimentos das diferentes áreas dos professores e mais limitado os conhecimentos do campo psicopedagógico. Portanto há necessidade do profissional da educação se aperfeiçoar, se propor a investigar e a entender a aprendizagem com base no diálogo entre as várias disciplinas, isso ocorre com a Psicopedagogia, onde o psicopedagogo é outro profissional, com um outro referencial, a partir de um outro conhecimento e com um outro olhar.

De acordo com a pesquisa bibliográfica e documental realizada, reconheceu-se os efeitos da rotulação ou dos problemas de aprendizagem na escola observada, necessitando ainda mais da atuação do profissional psicopedagogo dentro dela; trabalhando com diagnósticos, auxiliando os professores na sala de aula e principalmente na prevenção dos casos de crianças com problemas de aprendizagem, evitando mais um fracasso escolar.

Portanto, a regulamentação da profissão psicopedagogo, contribui para a percepção global do fato educativo, para a compreensão satisfatória dos objetivos da Educação e da finalidade da escola, possibilitando uma ação transformadora.



Referências Bibliográficas



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PAROLIN, Isabel Cristina Hierro. Psicopedagogia On Line: Dificuldades com a Aprendizagem – A Psicopedagogia Hoje, São Paulo, set.2001. Disponível em: Comentários@psicopedagogia.com.br. Acesso em: 04/03/ 2002.



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SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de aprendizagem. 6Ed. Petrópolis: Vozes, 1994. 152p.



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Fonte://http://www.psicopedagogia.com.br/busca/busca_titulo.asp?titulo=psicopedagogia

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